Não tenho nenhum fetiche de ser “especialista” em algum autor ou em algum tema, o que aliás pode resultar numa barbárie, como reflito no ensaio “A barbárie da especialização”. Sempre vi nos diálogos de Platão a força indômita do pensamento expansivo e concentrado ao mesmo tempo. É a eles que recorro incansavelmente. Nessa escola platônica, fazer filosofia, para mim, é enfrentar os dois problemas fundamentais,
o da cultura e o do amor, pelos quais se articulam todas as dimensões antropológicas do ser humano, a vida moral, social, intelectual e espiritual, sempre a partir de dada cultura histórica, que fornece o repositório de linguagem que confere sentido ao mundo em que vivemos.